travesseiro

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Confesso que chorei lendo sua carta, uma, duas, três, quatro, cinco... até cair no sono, dormi sobre a mesa, acordei com o papel ainda grudado em minhas mãos. Na hora que acordei dei graças que escreveu a lápis. Sério. Se fosse a caneta seu choro teria borrado toda a carta, assim não... Eu não vou dizer que é um monte de asneiras, porque não é... eu meio que te entendo, de verdade. Lembra? Eu posso sentir como se sente, eu sei como se sente assim como sabe como eu me sinto!

Em meio as lágrimas ainda, troquei de roupa, peguei as chaves do carro e aff, que trânsito. Podiamos nos mudar pro interior, lá não tem trânsito. Enquanto parei no meio daquele monte de carros podia notar tudo estranho, o dia ainda estava meio escuro. Liguei o rádio, só tocavam noticias em quase todas as emissoras. Suspirei abrindo o porta-luvas procurando algum CD ou pendrive pra ligar uma música e a sua carta caiu em minha mão. Como ela veio parar aqui? Acho que na hora que recolhi a chave peguei a carta junto.

O trânsito não dava sinais de que ia se mover. Me estiquei um pouco, dois carros tinham batido uns 100 metros pra frente e fechavam a rua toda. Não aparentava gravidade, mas aparentava que ia demorar. Desdobrei a sua carta e li de novo sem ler. Sabe como é isso né?! Eu já sei as palavras, já sei a ordem de tudo e mesmo assim a cada vez as palavras são diferentes, cada vez ouço uma entonação diferente da sua voz... sabe aquelas cartas de filmes que o cara pega e uma gravação lê a carta? É assim que li ela duas vezes no trânsito (eu ia ler a quarta, mas uma buzina me mandou ir adiante) e suspirei.

Quando entrei olhei o relogio do celular, era muito cedo, lembrei da sua frase "estarei amanhã cedinho, te esperando lá em casa pro café da manhã (mas se vier cedo, prepara e me chama, sabe como sou pela manhã ¬¬)" e resolvi preparar o café. Quando terminei de passar o café - mesmo que eu não goste de café, sei que gosta - corri na padaria ali embaixo, comprei pão fresquinho, queijo, uma maça e um mamão... quando voltei escrevi essa carta que estava em seu travesseiro e, agora, esta em suas mãos. Quando terminar de ler pela segunda vez (lembrei do lance de termos muito de numero 2 em nossas vidas) desça as escadas. Shiuuuu, sem reclamar. Ah, coloca um roupão por cima do pijama, ta meio friozinho hoje... e vem tomar café comigo aqui na cozinha. Preparei algo especial, porque todo dia contigo é especial. Te amo!

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