Aos Policiais II

sábado, 19 de maio de 2012

Olá, novamente, senhores policiais, como vão?

Primeiramente me perdoem pela última carta que deixei, sobre Ania. Depois que acharam-na eu não consegui me consolar por não ter me identificado. Prometo que, ao fim desta, eu assinarei. Deixem-me falar de Chirstine, não que eu seja desse tipo de pessoa, mas ela merecia o fim que teve. Não desta forma abrupta. Mas merecia. Por que? Elementar meus caros policiais. Ela cometeu diversos crimes que virão a tona quando a morte dela ser conhecida por todos. Minha sugestão é que comecem a investigar a apartamento dela, sobretudo o quarto, creio que acharão algumas coisas realmente intrigantes no lado esquerdo, ao pé da cama. Porém não fiz o que fiz afim de fazer justiça com minhas proprias mãos. Longe disso, escolhi Christine no mesmo acaso que escolhi Ania.

Novamente lhes digo para não gastarem os preciosos recursos do departamento com exames de estupro, não fiz isso a primeira vez, não o farei agora. Lhes conto detalhe por detalhe, estragando assim a diversão dos senhores peritos: como bem sabem Christine mora em um edificio antigo, muitas pessoas de idade moram ali, portanto os corredores, elevadores e portas foram adaptados para cadeiras de rodas, muletas e, assim, melhorar a assessibilidade de seus moradores. No entanto creio que não se interessam pela arquitetura do prédio, não é mesmo? Porém esta pequena explicação era necessária, tendo em vista o meu modus operandi compreenderão o motivo mais adiante.

Christine morava no sexto andar, para traze-la até aqui eu precisaria dopa-la. Porém como arrastar uma pessoa pelo hall de entrada do prédio sem chamar a atenção? Quando a peguei de surpresa na entrada do apartamento fiquei com essa dúvida por quase uma hora. Foi quando notei que haviam muitos enfermeiros que entravam e saíam dos vários apartamentos em intervalos regulares. Deste instante em diante só necessitei de uma cadeira de rodas e um jaleco branco, cobri o rosto de Christine a colocando na cadeira... o porteiro foi até gentil em me abrir a porta de saída, ofereceu ajuda para leva-la até a ambulância... será que tenho rosto tão bondoso assim? Provavelmente meu disfarce enganou o simpatico porteiro. Creio que interroga-lo não trará nada novo à investigação.

No instante que saí do prédio sem nenhum problema me senti vitórioso. Devo dizer, sem falsa modéstia que fiquei um pouco convencido de minhas capacidades depois de tal fato. Porém logo me acalmei e trouxe Christine até aqui. A amarrei e esperei pacientemente que ela acordasse. A forma que ela olhou em meus olhos, o medo estampado naqueles olhos era algo incrivel, e eu era o gerador do medo nela. A acalmei. Quando senti que ela estava mais calma lhe soltei uma das mãos - a direita. Percebi alguns segundos depois que não deveria ter feito isso. Pois ela veio direto à minha pele me causando um arranhão. Espero que eu tenha conseguido lavar as mãos dela afim de tirar qualquer pista da minha pessoa que possa ter ficado nas unhas dela.

Creio que não há necessidade de me ater aos detalhes, da forma que a luz, o medo se apagou nos olhos dela. Pude ver segundo por segundo, em Ania não pude ter esse gosto, os olhos dela se reviraram e se fecharam, com Christine foi diferente, eu colei as palpebras dela abertas, assim pude vê-la virar os olhos tentando desesperadamente fecha-los. Fui cruel, admito, mas eu queria ter essa sensação. Queria ver como é o fim de perto nas retinas de alguem. De certa forma devo agrader à Christine em me dar tal sensação. Claro que, assim que tudo se apagou nela, não fui insensivel ao ponto de deixa-la de olhos abertos. Os fechei e fiquei admirando-a um instante a mais. Obviamente ela não merecia tal contemplação pós-morte, mas fiquei tentado em faze-la... Assim lhes entrego a segunda carta. Na próxima espero não me demorar tanto na descrição da vitma e de como agi, ocorreu que nesta eu precisava desabafar com alguem, me vangloriar com alguem. E, que bom que é com os senhores, senhores policiais.

Margery, peço que não fique chateada. Também fiquei triste quando soube que lhe retiraram das investigações, porém não vejo motivo para tal ato, temeram por sua segurança... eu jamais lhe atacaria, não tenho planos de que sejas minha vitma. Mesmo que eu escolha as vitmas aleatóriamente, no hipotético caso de ser você eu, sem hesitar, iria para o nome seguinte. Senhor delegado, por gentileza coloque Margery de volta nas investigações, sim? Ela estava com progressos que devo dizer serem interessantes demais para descarta-la assim.

Agora, confome o prometito no inicio desta carta, lhes direi quem sou, no entanto me resguardarei em dizer meus motivos. Pensem bem, já ofereci diversas informações sobre quem sou. Afinal, quem mais conseguiria informações que compartilhei com os senhores nos paragrafos anteriores? Creio que agora estão pensando que sou algum policial, alguem ligado às investigações... não. Não sou. Também não sou nenhum jornalista.

Enfim, creio que me prolonguei demais nesta carta. Até breve, senhores policiais e senhorita Margery - que espero que esteja reintegrada à investigação até a próxima carta. Cuidem-se, nos vemos em breve.

Edgar A. P.

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