À seco.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Inverno, outra vez. Agora, trago junto a mim algumas malas cheias de lembranças das estações passadas, trago comigo as angustias daquela primavera sem flores, daquele verão desbotado e as ironias do outono agridoce. Sensação de ser turista em meu próprio mundo, é como cravar os pés na neve e sentir o vento gelado corroer os ossos. A culpa faz isso também, ela corrói. Corrói a pele, os ossos, a alma. Mas sobrevivi, isso é o que conta. As pessoas sempre olham meio torto, meio estranho, mas e daí? Vou continuar fingindo que não me importo. Que a indiferença não me fere. Tem sido assim a minha relação com a culpa. Mas tudo bem, continuo engolindo-a com aquele mesmo gosto amargo de fel.

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