à Astronauta de Mármore

sábado, 6 de julho de 2013

Olá, minha filha, espero que esta lhe encontre bem.

Quero que saiba que, apesar da demora em lhe encontrar, eu acabei conseguindo. Sei que fez muitas coisas erradas, sei que pesam algumas pendencias legais sobre você nesse momento, mas quero que saiba que, tanto eu quanto seu pai e sua irmã estamos do seu lado aconteça o que acontecer. Demoramos muito para te achar na rua. Foi demorado justamente porque as ruas estão cheias, são perigosas, mas felizmente te encontramos e agora fazem dois meses que obtivemos a vaga na clinica de recuperação. Os medicos dizem que é dificil dar qualquer parecer... mas tenho fé de que logo estaremos todos juntos comendo aquela lasanha que sei que adora. Sei que logo estaremos todos juntos novamente.

Sobre seus pecados... sei que Deus já te perdoou assim como eu perdoei. Não era culpa sua. Era culpa daquela porcaria que te deram. Deve estar pensando como te achamos não é? Suas cartas foram um alivio para mim, apesar das confissões que fazia nelas eu sabia que lá dentro daquele ser, daquela pessoa destruída por fora ainda vivia minha menina, minha Carolina, minha Carol, minha menina de cachinhos rebeldes. Baseamos nossa busca naquele rapaz que comentou, Téo. A familia dele também o procurava havia algum tempo. Viu minha filha? A menor das esperanças, a mais pequena luz que suas cartas escritas em letra tremida, em um pedaço de papel ordinário salvou duas pessoas. Você e o Téo, que a familia tratou de levar para uma clinica em Minas, que é de onde são os pais dele.

Enfim... esperamos que, depois de concluído seu tratamento possamos todos nos reunirmos. Eu, você, seu pai, sua irmã, o pai, a tia e o proprio Téo para comermos aquela lasanha que sei que vai me ajudar a fazer. Sei que vai.

Beijos minha filha, lhe esperamos ansiosos!

Fica com Deus, se cuida, nós te amamos muito.

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