Brest, França, 15 de abril de 1941.
Olá meu amor, como está? Por aqui tudo segue como sempre... a chuva parece incansavel em nos castigar, é como se os céus não estivessem de acordo com o que fazemos. Talvez ele esteja certo afinal.
Hoje o dia foi tranquilo, depois da batalha de ontem tudo tranquilo... ontem foi um marco em minha vida Sophia, hoje eu matei um homem, tudo bem, ele queria me matar também, a cidade é alguma ao sul de Paris, me falaram o nome da cidade, mas eu não consigo parar de pensar naquele homem, ele deve ter sua familia, seus entes queridos... o capitão me falou para não pensar
nisso, confesso que está sendo dificil.
Amanha vamos até Rennes, há uma base lá que precisamos nos infiltrar e conquistar, eu espero ficar apenas na retaguarda, sem precisar atirar novamente... ainda sinto o cheiro da pólvora em minhas mãos. Como a água é racionada não posso lavar tanto a mão quanto gostaria, na verdade tudo aqui é racionado... pensar nisso me deu uma saudade de nosso sítio. Como andam as coisas? Espero que tenha conseguido ajuda para colher a plantação... me falaram que as cartas saídas
daqui levam quase 2 meses para chegar ao seu destino... até lá já vai ter colhido toda a plantação e vai estar pronta para levar até a cidade vender. Cuidado com o seu Waldir, ele vai querer pagar uma ninharia pela safra! Não deixe! Barganhe bastante antes de fechar o negocio... e uma dica: ameace vender para outro comerciante qualquer. Ele vai aumentar o preço!
Diga a nosso filho que eu o amo e que logo estarei de volta para vê-los, abraça-los... sinto muita saudade de vocês todos!
Até breve
com amor
Antônio.

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2 comentários:
Eu leio isso e as vezes sinto como se eu estivesse vendo cada cena. É incrível, Lu!
Maneiro se transportar pra época em questão...
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