Já se tornou questão de sobrevivência.

terça-feira, 6 de março de 2012

Dia após dia tenho percebido o quanto eu preciso de você. Eu tento me distrair, dar uma volta, rir das piadas dos outros, tento fazer amigos, ir ao parque, caminhar, comer porcarias, viajar, mas nada resolve. Tudo é momentâneo, basta alguns segundos e eu me lembro de você. Não é mais apenas um desejo, isso se tornou necessidade, uma necessidade assustadoramente dolorosa por não poder ter. Precisar e não poder ter. Você é a minha impossibilidade, ao menos agora. Eu não entendo os motivos disso ter que acontecer justamente quando eu mais preciso da tua companhia. Nem é mais novidade, todas as pessoas que costumavam estar à minha volta cansaram de ouvir coisas a seu respeito, mas existem detalhes que nunca foram ditos. Os detalhes que só nós conhecemos. As pequenas abstinências que cada pedacinho de mim tem de você são horríveis, me fazem querer sair de mim por ser tão incompleta.

Amor, você se lembra daquela vez em que começou a gear? Lembro de te ver achando graça porque a ponta do meu nariz estava avermelhada. Nós estávamos naquela pracinha perto de um restaurante onde tocava tango e, pra variar, você tentava me tirar pra dançar a todo custo, seu maluco! Isso ainda me faz suspirar, confesso. Era o nosso jeito estranho de nos divertir. Te ver sorrindo feito criança quando descobre algo novo valia a pena.
Lembro-me também daquela noite chuvosa em que eu te disse adeus e pensei que você me deixaria partir. Como foi bom deparar contigo no portão da minha casa me roubando um beijo antes que eu pudesse proferir qualquer palavra! Aquela noite foi assim, sem muitas palavras, o fato de estar com você bastava. Éramos um. Nós sempre estávamos em sintonia, sempre deixamos os instintos falarem mais alto. Como se todo aquele amor atravessasse nossos ossos e saísse por nossos poros. Quando você estava tão próximo que eu podia sentir o seu coração e o meu sincronizados, pulsando no mesmo ritmo... era perfeito. Você tinha o dom de estar com o corpo sempre aquecido, mesmo no frio. Tão único!
Hoje me permiti recordar cada insignificância que é bonita pra mim enquanto escuto aquelas velhas músicas que eu costumava cantarolar enquanto lhe velava o sono.
Ah, meu amor! Eu tenho tanta urgência em ser sua outra vez, em deixar esse amor que aperta aqui dentro simplesmente explodir. Eu preciso que o som da sua respiração seja a única canção que embala tudo o que sinto. Como numa dança lenta de passos exatos... onde tudo se encaixa.
Eu tenho urgência em sentir a tua vida, deitar sobre o teu peito e ouvir o teu coração bater. Eu, que te amo tanto! Eu preciso me esconder na tua pele. Preciso sussurrar os meus segredos, preciso te dizer pra não ir embora, porque estar aqui sem você é o mesmo que não estar aqui.
Se fecho os olhos, lembro do toque dos seus dedos mapeando meu rosto com cuidado; lembro da brisa fresca daquele parque em que nos vimos pela primeira vez.
Só me lembro, afinal, passou...
O ruim é que aqui dentro nunca passa.
Eu amo você.

1 comentários:

Lu disse...

dentro o sentimento nunca passa... só que não sei precisar se "infelizmente" ou "felizmente", tem horas que a lembrança faz bem, hora que faz mal... vai entender esse tal de coração né?

adorei chefa!
~ Eu