Olá minha irmã.
Espero que esta te encontre bem. Tem alguns anos que estou me protelando em lhe escrever essas palavras. Na verdade desde que eu tinha 10 anos e descobri o real motivo de meu pai não voltar todos os dias pra casa. Graças a TV eu soube que existiam homens que traiam suas esposas com outra mulher. Por algum tempo achei que meu pai tinha outra. Até que me caiu a ficha: minha mãe era a outra. Não digo que não passei vergonha na escola na época de dia dos pais por ter uma boa lábia e saber mentir desde cedo. Mas passei alguns apertos.
Passaram os anos e tudo que consegui foi seu nome e uma foto de quando você era criança, com uns 4 ou 5 anos. Agora deve ter seus vinte anos... nossa, imagino suas burradas e fico querendo te consolar (mesmo que eu não seja assim com ninguém). A verdade, minha irmã, é que a vida foi injusta conosco e eu mal espero a hora de te encontrar e fugirmos para algum lugar distante. Até a próxima carta.
Com amor, Alice.
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