Heróis também choram.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

“Pai... ah, meu pai! Eu cresci tanto, né pai? Lembra de quando eu era criança? Você me colocava sobre seus ombros e corria, como se eu estivesse a ponto de voar. Lembra de quando eu tinha seis anos? Você me ensinou a andar de bicicleta, eu dizia pra você me segurar e você me dizia pra seguir sem medo... e eu aprendi a correr sozinha. Caí algumas vezes e ainda caio, mas eu sempre levanto. De joelhos ralados, com dor, assustada com a forma bruta da queda, mas levanto.
Você fazia do meu sorriso o motivo do seu sorriso, pai, e eu sempre achei isso tão bonito! Te admirei tanto que comecei a te ver como o herói que nunca erra. Aí veio aquela senhora chamada "Vida" e me mostrou que nem sempre eu poderia te chamar. Me mostrou que, por mais largos que seus ombros fossem, eles não me aguentariam para sempre. Então tive que caminhar com o coração nas mãos e ter como conforto o silêncio de um espírito que chora.
Tive que criar "Costume" com as coisas e com as situações. Eu não gosto dessa palavra, pai! Não gosto de ter que me acostumar. Não gosto do peso que o mundo joga sobre minhas costas.
Talvez eu tenha mais de você do que imaginávamos, talvez sejamos teimosos, insistentes e trabalhosos, mas hoje tudo o que queria era um abraço seu. Eu sou assim mesmo, sou como um passarinho que precisa voar livre. Mas eu sempre volto, eu prometo, paizinho. Eu prometo.”

2 comentários:

Lu disse...

emocionante! me lembrou aquela música do Jota Quest (que acho que nem é deles) "voe por todo mar e volte aqui... pro meu peito"

muito lindo mesmo, prima! ♥

Jessica disse...

Que lindo, emocionante, tocanta... Lembrei de "Hey, Jude", quando é dito pra ela não levar o mundo em seus ombros.