à querida e saudosa.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

   A quem endereçar a carta que meu coração deseja escrever ao destinatário ausente? Como verbalizar o experimentado pelos caminhos que tenho trilhado sendo que o ideal era que tu pudesses ver e não ouvir dizer?
   Hoje foi um dia de sol e bastante quente, mas é inverno. Quando as manhãs são cinzentas e não podemos ver a luz, sei que em algum lugar o sol se esconde e que pode aparecer a qualquer momento. O que não me impede de aproveitar os dias nublados.
   Os dias têm sempre algo a nos ensinar. Nem sempre quando o dia é de sol, ele é bom. E eu prefiro as nuvens, mas reconheço a beleza de um céu limpinho e azul.
   A previsão do tempo nem sempre acerta. A natureza faz a sua própria escolha de acordo com o que tem que ser, porque não cai nenhuma folha, de nenhuma árvore sequer, em vão. O que me remete a você.
   Para tudo há um tempo determinado debaixo do sol. Não contexto e não quero controlar o tempo. Apenas penso sobre a efemeridade dessa vida. Sobre você eu não digo ter sido tempo demais (e nunca foi!) ou pouco tempo, tempo suficiente ou insuficiente. Foi um tempo feliz, o que tivemos.
  Ouvi dizer que saudade era o nosso coração dizendo para onde quer voltar, e nem sempre é. Como eu poderia voltar para onde nunca estive? Não que o passado feliz não seja visitado e desejado. Se fosse possível, eu voltaria no tempo apenas para te observar.
   Mas hoje sinto a saudade do que eu nunca vi. Eu que acredito que coisas boas estão por vir, visualizo você sentada em uma plateia de um espetáculo que comigo sonhou, um espetáculo que ainda está por vir, e eu gostaria que você estivesse aqui.
   Sobre o passado, amor. Sobre o futuro, esperança. Eternamente, gratidão.
   A vida é efêmera, sim, mas o amor é eterno.

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